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sábado, 8 de dezembro de 2012

Anos 90, a década "quase perdida" do Santos


Caros amigos, sem títulos nacionais, estaduais ou mesmo uma nova Libertadores na década de 90, muitos a designam como uma década (quase) perdida da história do clube.

Nos gramados, apenas dois troféus conquistados: o Rio-São Paulo de 1997, e a Copa Conmebol de 1998, esta sim conquistada com uma dose de "guerra", tipicamente sul-americana. Mas o que doeu, mesmo, foi um título que não houve: o brasileiro de 1995, onde o vice foi decidido no apito de um árbitro mineiro.

Fora das quatro linhas, conquistas e problemas. A maior aquisição patrimonial foi a construção do CT Rei Pelé, lançando as bases da estrutura que o Alvinegro dispõe hoje, contrapondo com mazelas administrativas, que tiveram de ponto alto o afastamento do presidente Miguel Kodja Neto, em 1994. Alguns bons jogadores, jogos marcantes e uma pergunta: seria possível o Santos voltar a ser o Santos? A década seguinte mostrou que sim.

Em 1995, o Santos vivia a chamada política dos "pés no chão": pouco dinheiro para investimentos e apelando para talentos promissores vindos de clubes menores. No comando, Cabralzinho, ex-jogador do Alvinegro, que participou da equipe campeã da Libertadores em 1962. Dentre os jogadores, um se destacava em especial: o paraense Giovanni.

Na semi-final do Brasileirão de 1995, após perder no Maracanã por 4 a 1 para o Fluminense, o Peixe teria de vencer por três gols de diferença para ir à decisão. Giovanni brilhou em uma atuação nota 10. Fez gols, deu passes e comandou o time à épica e inesquecível vitória por 5 a 2.

Veio a final contra o Botafogo. Sob forte chuva no Rio, com Túlio Maravilha à frente, o cariocas venceram por 2 a 1. O Pacaembu, assim como foi diante do Flu, recebeu a decisão do titulo. O desfecho, porém, foi outro. E o responsável vestia preto.

O árbitro mineiro Marcio Rezende de Freitas teve desempenho inesquecível - no pior sentido da palavra. Validou o gol de Túlio, em claro impedimento, confirmou o gol de Marcelo Passos, após toque de mão irregular de Marquinhos Capixaba, e invalidou o único gol legítimo da partida, o do título santista, assinalado por Camanducaia. A festa foi botafoguense, mas o gosto amargo, este, era todo santista.

O Rio-São Paulo de 1997 buscava resgatar uma antiga tradição, incorporando ares de modernidade. Promovida pelo SBT, a competição trazia inovações, como o tempo técnico, solicitado pelos treinadores, e o tiro livre da meia-lua, contra a equipe que excedesse o limite de 15 faltas cometidas.

Sandro,  Juary, Alessandro e Ronaldão, comemoram no Maracanã, o gol que dá ao Santos
o título do Rio-São Paulo de 1997

Na decisão, o Flamengo de Romário era o adversário a ser batido. Com veteranos, como o goleiro Zetti e o zagueiro Ronaldão, o Peixe segurou o Rubro-Negro carioca e venceu por 2 a 1. Na decisão, no Maracanã, uma prova de fogo para alguns jogadores jovens, como Alessandro Cambalhota, Anderson Lima e Juary.


De falta, o lateral-direito santista abriu o placar, ampliando a vantagem dos visitantes. Porém, o Fla empatou pouco depois, com Romário, de pênalti. O Baixinho , aos 45, fez o gol da virada rubro-negra, incendiando o (então) maior estádio do mundo.

Porém, o destino reservou ao jovem Juary o papel de heroi da conquista do Santos. Aos 32 da etapa final, ele mandou um balaço, sem chances para Zé Carlos. 2 a 2 e a taça iria para a Vila Belmiro - a primeira em treze anos.

A "batalha de Rosário"

Se a seca de títulos nacionais já era grande, de conquistas sul-americanas, então, já duravam mais de duas décadas. Até que, em 1998, o Santos teve a chance de voltar a conquistar a América. Não era a Libertadores, mas sim a Copa Conmebol, já extinta.

Após passar por Once Caldas (Colômbia), LDU (Equador) e Sampaio Correia (Brasil), este útimo na semifinal, o Peixe foi para a decisão contra os argentinos do Rosário Central. O clima de guerra daria o tom do confronto, sobretudo para os santistas,
Este foi o time que entrou em campo para a "batalha" de Arroyto:
Em pé: Zetti, Anderson, Élder, Sandro, Claudiomiro e Marcos
 Basílio. Agachados: Athirson, Eduardo Marques, Alessandro,
Fernandes e Narciso.
Na Vila, no primeiro jogo, o Peixe, então dirigido por Emerson Leão, vanceu por 1 0. O gol foi marcado por Claudiomiro. de cabeça. Não faltou reclamação da parte dos donos da casa, sobretudo devido às expulsões do zagueiro Jean e do atacante Viola, além do próprio Leão.

Bastante desfalcado, o Peixe foi ao Gigante de Arroyito, precisando apenas de um empate. Apenas? Um autêntico inferno aguardava os santistas, como recordou o capitão Narciso, em 2008. "Quando chegamos, tivemos de passar por uma barreira de policiais de uns 800 metros, com os torcedores atirando de tudo em nós. Os policiais revidaram com balas de borracha".

"A pressão foi total. Seguramos o jogo inteiro, aguentando até cuspidas do adversário. Depois da partida (terminada em 0 a 0), comemoramos timidamente no estádio e fomos festejar no hotel", disse Narciso. O caminho de glórias estava revisitado, sugerindo novas conquistas. Que viesse o novo século, então..
(Fonte texto: Jornal A Tribuna.com.br - Santos / SP)

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