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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Olten Ayres de Abreu - O arbitro do primeiro jogo do Santos numa Libertadores

Olten Ayres de Abreu, ao centro nesta foto.

Olten Ayres de Abreu, hoje com 83 anos, renomado árbitro brasileiro na década de 60, foi o encarregado de apitar a estréia do Peixe numa Taça Libertadores. O fato deu-se em La Paz, no ano de 1962, contra o Deportivo Municipal, representante boliviano.

A caminhada para o título foi iniciada com o fato inusitado de ter um árbitro brasileiro em um jogo fora de casa. A explicação nem o próprio Olten tem com precisão. O exercício de memória é prejudicado pelo tempo.

– Faz muitos anos, é difícil lembrar. Mas acho que naquela época era comum o visitante indicar o árbitro. Sei que fui designado e o Santos venceu – contou o ex-árbitro, em seu apartamento no centro de São Paulo, para relembrar o jogo, que terminou 4 a 3 para o Peixe.

O fato curioso alimenta a estreita relação que o árbitro teve com o Santos naquele período de glórias. O duelo em questão foi apenas um dentre tantos do Peixe sob o comando de Olten, dentro e fora do país.

Na Bolívia, a escalação do brasileiro gerou polêmica. Ainda mais porque, na semana seguinte, no duelo de volta, na Vila Belmiro, o peruano Alberto Tejada foi o árbitro.

Olten, nos dias de hoje, em sua residencia
em São Paulo
Alheio às polêmicas de poder ter favorecido o Santos na época, Olten se defende dizendo que nunca precisou “roubar” um jogo e fala com orgulho da relação com aquele time.

– Fui o árbitro que mais apitou jogos do Santos, que mais apitou jogos do Pelé. E nunca o expulsei. Ele era gênio, nunca mais terá outro. Eu ia expulsar gênio? – questiona.

O que lembra daquele jogo na Bolívia?
Foi o jogo mais histórico do Santos na Libertadores e comigo. Quando estávamos chegando ao aeroporto de lá, aterrizando, o povo boliviano invadiu a pista e veio na direção do avião. Achei que todos iam morrer. Mas a polícia os retirou e fomos para o hotel. Tudo isso para ver o Santos, ver Pelé.

E no estádio, como foi o jogo?
A federação boliviana abriu o estádio um dia antes para os torcedores. E serviram chá de coca para todos eles. Eles estavam loucos. Alguns cheiravam cocaína. Fizeram muita pressão, quiseram retardar o tempo do jogo, e com a vitória do Santos a fúria chegou.

E como conseguiu terminar aquela partida?
Eu resisti. O Santos era muito melhor. Mas eles começaram a quebrar tudo, sobrou até para o Pelé. Tiveram que tirar a gente e ele, principalmente, em caminhões do exército. Com o Pelé disfarçado. Dizem que fui mandado para favorecer o Santos, mas se eu pudesse escolher iria para Paris e não Bolívia. Só tiramos as roupas do exército no hotel. Entrou para a história. E voltamos vivos!

Aqui ele está expulsando o capitão do Santos,
 Zito, que foi uma de suas maiores "vitimas" 
Histórias de Olten


Zito: a maior vítima
Dentre os jogadores do Santos das décadas de 60-70, um em especial tinha motivos para se preocupar com a arbitragem de Olten: Zito, o capitão daquele esquadrão. “Eu o expulsei seis vezes”, conta o ex-árbitro, aos risos. Ele, no entanto, faz questão de ressaltar que as expulsões não foram por um carrinho ou qualquer outra entrada violenta. Zito era considerado um jogador muito disciplinado: “Era por reclamação, ele reclamava demais. Às vezes, no começo do jogo, eu apitava algo contra e ele chegava no meu ouvido e dizia: Já vai começar, né!? Eu respondia: Já comecei! Pode sair! E mandava para a rua! (risos)“, lembra.

‘São-paulino até morrer’
Embora sua carreira como árbitro seja marcada por uma relação estreita com o Santos, o coração de Olten bate pelo São Paulo, do qual é conselheiro vitalício. Ele apitou o jogo inaugural do Morumbi, dia 2 de outubro de 1960, na vitória tricolor sobre o Sporting (POR) por 1 a 0, gol de Peixinho. Guarda consigo diversas honrarias do clube e hoje mostra com orgulho a carteirinha de assessor pessoal do presidente Juvenal Juvêncio. Mas nem tudo são flores. Por conta da relação com o Santos, Olten é criticado até hoje por conselheiros do Sampa. Ele se defende: “Dizem que o São Paulo não ganhava comigo, só o Santos. E não ganhou mesmo. O time era muito ruim (risos)”.

Aos pés do Rei
O gol mencionado por Olten, ganhou
placa no Maracanã
Dentre tantos jogos memoráveis que apitou, Olten tem em sua galeria o duelo em que Pelé marcou o famoso tento que ficou conhecido como Gol de Placa. Em 5 de março de 1961, Santos e Fluminense se enfrentaram pelo Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã. Aos 40 minutos do primeiro tempo, o Peixe vencia por 1 a 0, o Rei driblou sete adversários e tocou na saída do goleiro. As duas torcidas, em reverência, aplaudiram de pé por minutos. Olten não hesitou: “Quando me dei conta, o estádio inteiro estava aplaudindo. O que eu ia fazer? Aplaudi também e quando o Pelé se aproximou, o cumprimentei. Foi uma honra!”.
(Texto fonte: Lancenet.com)

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