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terça-feira, 3 de julho de 2012

Luis Macedo Matoso: o Feitiço da Vila

Pelé foi o Rei. Isso é inquestionável. Mas, na lista de artilheiros do Santos, Feitiço tem a melhor média de gols. A maioria, de bico


Luis Macedo Matoso nasceu no bairro do Bixiga, em São Paulo, no dia 29 de dezembro de 1901. Sua primeira paixão esportiva foi a bocha. Num domingo, Luis encontrou a quadra que frequentava fechada por motivo de luto. Sem ter o que fazer, foi até a sede do Jaceguai, um clube de futebol do bairro. Jogou e agradou. Uma vizinha comentou: “O Luisinho parece um feitiço quando joga”. Estava criado o apelido.

Feitiço já foi definido nas páginas de PLACAR como um “centroavante raçudo, corajoso, de cabeçadas fulminantes e indefensáveis chutes” — quase sempre, eram de bico. Do Jaceguai, foi para o Ítalo-Lusitano e daí seguiu para o São Bento (de São Paulo). Nos três anos seguintes seria o artilheiro do Campeonato Paulista. Quando se desligou do time, ganhou como indenização uma carroça. Por seis meses esqueceu o futebol e trabalhou com carretos. Até que conheceu Antônio Araújo Cunha, fundador de um certo clube da Baixada Santista.

Feitiço, no centro, vê o pontapé inicial na inauguração do 
Estádio de São Januário, em 21/04/1927, quando o 
Santos goleou o Vasco da Gama por 5 x 3
No dia 3 de abril de 1927, estreou no Santos. Fez parte do ataque que bateu recorde mundial válido até hoje. Ao lado de Osmar, Camarão, Araken e Evangelista, essa linha marcou pelo Santos 100 gols em apenas 17 partidas — uma média de 6,25 gols por partida. E foi ainda em 1927 que a carreira de Feitiço quase acabou. Ele era o centroavante da seleção paulista no Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. Na final contra os cariocas deu confusão, e os paulistas se retiraram de campo. O próprio presidente da república, Washington Luís, ordenou da tribuna que os paulistas retornassem ao gramado. Feitiço teria respondido: “Diga ao presidente que ele manda no país. Na seleção paulista mandamos nós”.

O Santos suspendeu Feitiço por três anos. Mas a seleção brasileira precisava dele para jogos internacionais  em 1928. Perdoado, entrou em campo com a camisa branca da CBD contra o escocês Motherwell e marcou quatro. Em 1929 foi artilheiro do Paulista. Em 1930 também. E em 1931? Artilheiro do Paulista de novo. Despediu-se do Santos no dia 2 de julho de 1932. No ano seguinte subiu a serra e foi jogar pelo Corinthians.

Curta temporada: 11 jogos (só um oficial); 11 gols. Fim de carreira? Nada disso. Feitiço virou o “Cabeza de Oro” do Peñarol, onde foi campeão uruguaio de 1935. Próxima parada, São Januário. Para não perder o hábito, foi campeão carioca pelo Vasco em 1936. De 1938 a 1940 jogou no Palestra. Teve ainda uma despedida no São Cristóvão, do Rio de Janeiro, em 1941.

Segundo o especialista em Santos, Guilherme Gomez Guarche, Feitiço é o quinto maior artilheiro do time, com 213 gols. Na média, é o primeiro: 1,41 gol por partida. Nos seus últimos anos, voltou às origens, às quadras de bocha. E foi como treinador de bocha do Esporte Clube Pinheiros que ele morreu em São Paulo, no dia 23 de agosto de 1985. Tinha 84 anos.
(Fonte texto: Placar)

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